Literatura
de cordel
A CIRURGIA
Paulo
Tarciso
Buíque (PE)
Zé Fernando,
meu poeta
O prazer
hoje é dobrado
Ver que
você está bem
E me ter
apresentado
A essa
“MADRE TEREZA”
Repito:
Tenha certeza
Tu
arranjasse um criado.
Você pediu
paciência
E isso eu tenho
demais
As vezes
passa da conta
Te digo
porque me apraz
Vou
aguardar a encomenda
Com alegria
tremenda
Qual filho
espera seus pais.
Você me
disse que o médico
A sua
próstata operou
E uns
nódulos na bexiga
Foi ontem e
já se curou?
Pois já
está digitando
Quem sabe
até namorando
Vá devagar
meu senhor!.
Eu já fiz
uma cirurgia
Há onze
anos atrás
Tirei três
pedras dos rins
Que
incomodavam demais
Foi
cirurgia cortada
De “raio
lazer” não faz nada
O efeito é
quase incapaz.
O médico
que consultou
Queria logo
amputar
Disse: “O
rim já está podre
E nunca vai
funcionar
E se não
for bem ligeiro
Pode passar
pro direito
E vai lhe
prejudicar”.
Eu disse:
“Mas seu doutor
Não tenho
outra opção
De zero até
cem por cento
Me diga: “Tem
chance ou não?”
Ele disse:
“A chance é zero
Só um
milagre ao certo
Lhe livra
da amputação”.
Como eu
creio em milagres
Pois sou
cristão meu senhor
Eu disse
assim para ele:
“Pois me
acredite doutor
Não vou
perder o meu rim
Jesus
morreu foi por mim
E Dele eu
sou seguidor”.
Pois bem,
meu caro amigo
Daquele
médico eu mudei
Dois outros
médicos assumiram
E a bênção
eu alcancei
Sendo eu
cirurgiado
O meu rim
foi preservado
Deus foi
comigo eu bem sei.
Com poucos
dias estava
Novamente
eu “bulindo’
Fiquei mais
novo uns dez anos
Mulher
dizia: “Oh menino,
Tu não foi
cirurgiado
Vai devagar
meu amado”
Eu só
ficava sorrindo”.
Nove anos
se passaram
E depois
apareceu
Uma hérnia
na virilha
E a mulher
disse pra eu:
“O remédio
é cirurgia”
Naquela
hora eu iria
Ver como
isso aconteceu.
Fiz a tal operação
Não achei
nada demais
Só o que me
incomodou
Eu vou
dizer meu rapaz
Foi a sonda
que enfiaram
Lá na
“cobra” e como alho
Queimava
qual fogo a gás.
Quando
foram retirar
A tal sonda
meu senhor
Eu vi
estrelas no céu
Embaixo do
cobertor
E quando
fui urinar
Pensei: “Eu
vou desmaiar”
Deu muito
frio e calor.
Quando a
urina chegava
Na saída da
“mangueira”
Parecia que
era lâmina
Rasgando a
cobra nas beira
Eu parava e
segurava
Naquela
outra eu gritava
Por padre,
pastor e freira.
Fiquei
branco igual papel
Vermelho
que só pimenta
Verde como
o incrível Hulk
“O pinto”
ardia igual menta
Chamei um
enfermeira
Pra
encontrar uma maneira
De acabar
com a tormenta.
Ela disse:
”Não tem jeito
É assim
mesmo, é normal !”
Eu disse:
“Não é em você
Pensa que
sou um animal
Deve ter
uma injeção
Pra livrar
de congestão
E o mijo
descer sem sal”.
Ela disse:
“Meu amigo
Se você não
urinar
Nós bota a
sonda de novo
A bexiga
estoura já
Ali o caso
piora
Eu chamo o
médico na hora
E ele vai
reclamar”.
Diante
dessa notícia
Eu não tive
outra escolha
Liguei o
chuveiro morno
O bucho
estava igual bolha
O mijo
desceu rasgando
As lágrimas
se derramando
Molhei a
fralda e a folha.
Depois
daquele instante
Água não
quis beber
Com medo de
urinar
Mas tinha
que obedecer
E o caneco
que vinha
Direto lá
da cozinha
Eu só
tentava esconder.
Mas a
enfermeira chefe
Meu
“disfarce” descobriu
E disse
assim: “Meu amigo
O doutor me
incumbiu
De
acompanhar o seu caso
E trouxe
aqui esse vaso
Mas beba
logo, ouviu !”.
“Se você
não fizer isso
Ele vai lhe
encaminhar
Pra outro
médico em Recife
Ai você vai
penar
A escola
sua é
Você quer
água ou não quer? “
E ali ficou
a me olhar.
Eu peguei
logo a garrafa
E um grande
copo enchi
Botei na
boca e bem rápido
De uma vez
só engoli
Dali não
foi dez minutos
Banheiro
que tava enxuto
Em pouco
tempo eu corri.
A dor foi
aliviando
Em cada vez
que mijava
Enfermeira
estava certa
Eu não
sabia de nada
E hoje
quando me lembro
Fico a
sorrir lá por dentro
Daquela
triste jornada.
A primeira
experiência
Se falando
em cirurgia
Eu tive aos
dezoito anos
Quando o
médico exigia
Pra
“fimose” eu fazer
Pegar meu
pinto e coser
Necessidade
que havia.
Recordo que
me internei
Tremia
igual uma bandeira
E quando
chegou a maca
Trazida
pela enfermeira
Chamando:
“Paulo é agora
Pensei em
cima da hora
É minha vez
derradeira”
Pior foi
tirar a roupa
Diante de
homem e mulher
Ficar igual
a Adão
E Eva sua
mulher
Deitado em
cima da mesa
Parece que
a natureza
Esfria a
espinha e o pé.
Quando
chegou o doutor
Anestesia
na mão
E disse
assim para mim:
“Vai ser
local garotão”
Com minhas
mãos amarradas
Não podia
fazer nada
Só esperar
a injeção.
Pegando nas
minhas partes
Eu branco
que só papel
Pior
sabendo que as moças
Tava
pegando “o pincel’
O médico
auxiliando
E eu ali só
clamando
E vendo
estrelas no céu.
Com a
primeira furada
Pensei: “Eu
vou desmaiar”
“Que nada,
disse o médico”
Nós vamos é
lhe capar
Depois
deram uma risada
E eu
naquela batalha
Pensei: “Se
não funcionar?”
Cortaram um
monte de couro
O sangue
forte e vermelho
O doutor
olhou e disse
Olhando
para o enfermeiro
“Me dê a
agulha e a linha”
Eu murcho
que só galinha
Tremendo no
galinheiro.
Quando
olhei pra a agulha
Com aquela
linha enganchada
Pensei: “O
que será isso? ”
E senti
logo a furada
E o médico
já foi dizendo
Com doze
pontos estou vendo
A cirurgia
encerrada.
Fizeram um
curativo
Em cima do
“pinto murcho”
Ficou mais
se parecendo
Com
elefante e seu bucho
Depois eu
fui librado
E fui prum
quarto levado
Igual a um
caramujo.
Tremia
igual folha verde
Deu câimbra
e até muito frio
Toda manhã
e de noite
Curativo no
“pavio”
E era uma
enfermeira
Amiga de fé
verdadeira
Que a
escala incumbiu.
E eu todo
envergonhado
Via tirar e
lençol
Puxar
minhas vestimentas
Eu e a
enfermeira só
E o coração
só “toom, tooom”
Ia do norte
até o sul
Chega tremia
o gogó.
Chegando o
terceiro dia
Eu tive um
susto danado
Ao procurar
o curativo
Sempre no
pinto amarrado
Não
encontrei o marreco
Tinha
descido direto
Nos pés do
esquente dourado.
Eu disse
ali: “Me lasquei,
Perdi o meu
campeão
Nessa hora
quase para
A minha
respiração
Ai peguei
no “marreco”
E vi que
estava ali perto
Só caiu
fita e algodão.
Ai respirei
fundo
Foi quando
meu pai chegou
Que veio me
visitar
E disse
“Como passou?”
“Tudo bem”
lhe respondi
Mas antes
eu me cobri
Com branco
o meu cobertor.
Pouco
depois tive alta
E aquela
situação
Passou mas
ficaram as marcas
Que inda
hoje estão
Na mente e
lá no local
Mas isso e
tudo normal
Ainda bem
que estou “são”.
Carl amigo
Zé Fernando
O homem é
bicho assombrado
Digo falando
em ir ao médico
Ô bicho desconfiado!
A mulher é
diferente
Mudar um
peito ou um dente
Não tem
sofrer nem atalho.
Ela bota
silicone
Em peito
sem precisão
Aumenta a
perna e o bumbum
E faz até
malhação
Mas se o
homem precisar
No médico
se consultar
Só em
última ocasião.
Mas desejo
ao amigo
Não
precisar de hospital
Nem de
médico ou de consulta
Só com o
Pai Celestial
Saúde, paz
e alegria
Pra ti e
toda família
Um abraço,
té logo e tchau!.
Escrito em
outubro de 2013
Autor PAULO
TARCISO FREIRE DE ALMEIDA
Email: paulocordel@hotmail.com
Celular
(87) 9.9995.4400 (Tim)
Nenhum comentário:
Postar um comentário